tag:blogger.com,1999:blog-7677643556519507862024-03-19T04:48:49.246+00:00Memórias d'O Espelho"...seres usuais, gente-gente, olhos, narinas, bocas..." Mário CesarinyMemórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-19582800580574665972010-01-03T18:16:00.003+00:002010-01-03T18:23:45.235+00:00Love has new boundaries.While you stroke unseen hairs, I tumble on invisible stairs. No sense into love making scenes, that kind of thing doesn't belong here. Effortless touches define this blood red line, and all this while I caress your spine.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-63580179947507764602009-06-01T12:39:00.002+01:002009-06-01T13:00:43.965+01:00Tornado.Estava preso a um poste quando apareceste. Em vez de me soltares ficaste-te a rir de mim. Às tantas o que me prendia soltou-se, agarrei-te pelas entranhas. Estavam vazias. Não tinhas nada contigo, a tua própria presença acabou por se tornar ineficaz, desprovida de sangue. Por instantes as pontas dos nossos dedos tocaram-se, rendi-me aos pedaços de vácuo que oferecias então.<br /> Não, não estava destinado a durar, a fornalha que havia em mim ardeu como mil sóis, acabando por consumir o teu eu cá dentro. Ardi também. E postes à parte, tu, sim, tu. Tornaste-te no vácuo que oferecias, talvez já o fosses, é provável que os meus olhos te tenham alterado.<br /> Há dias em que acordo, podre, ainda sinto o cheiro dos teus olhares furtivos, esperneando no ar que me sufoca.<br /> Posso soar odioso, e sou, mas senti-te tão fundo, deixaste tudo com laivos de insatisfação. Dei-te a minha catarata e tu sonhaste destruí-la, sem te aperceberes que acordada a estraçalhavas. Nesses ataques de falso sonambulismo queimaste-me as pontas, sacrificaste-te dentro de conchas infinitamente pequenas.<br /> Ancorado ao meu desolamento, dormente de suplícios infundados afoguei-me em lava fundente, fraco e fragilizado, fruto de nada e de tudo, contradizendo-me em todas as direcções, ser não sendo. Atingindo a leveza da existência sem dar demasiada importância ao sentido. Divido-me a nível intra-molecular, sub-atómico.<br /> Anatomicamente não faço sentido, a dada altura deixei o meu coração crescer demais. Ao tê-lo feito condenei-me a viver assim, imerso no amor que professo.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-81563892720224974042009-05-29T18:50:00.003+01:002009-06-01T12:39:14.561+01:00Torção.<div style="text-align: left;"> Calma, respira, ontem éramos só nós dois. Trocaram-se sentimentos corrosivos despreocupadamente, olhei-te nos olhos, o mais fundo que pude, a chama vítrea (ainda assim ígnea) levou-me para a frente e para trás. O balanço deixou-me tonto, descompensado, vomitei palavras de amor cerrado. Saíu tão forte e concentrado que te queimou as pestanas. Olhando para mim estupefacta viraste costas, intacta. Que nojo. Vomitei outra vez, desta vez para dentro. Enveneno-me com esperanças vãs.<br /> Enevoado e indeciso, carrego o teu nome como se levasse o mundo às costas. Destruído e descarnado, consecutivamente desencontrado.<br /></div>Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-84661060092404527002009-04-29T00:33:00.002+01:002009-04-29T00:38:31.170+01:00.Ela saiu à rua sem hesitar<br />Através das sombras<br />Escombros de outros dias<br />Faziam-na tropeçar<br />Do centro da palma da mão<br />Irrompeu uma luz repleta de intenção<br />Correu sem destino<br />Ao fugir da escuridão envolvente<br />Caiu num buraco<br />Tornou-se lava fundente.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-75496044136402031132009-01-01T18:53:00.003+00:002009-01-01T18:57:30.346+00:00.Ao tombar de tempo em tempo,<br />Gasto e incompleto<br />Desenrolando o tempo em tempo<br />Em espuma fina e incapaz,<br />Leva-se tempo ao tempo,<br />Que ao tombar liberta de si<br />Um tempo novo.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-71748332360508232392008-05-08T23:37:00.007+01:002008-07-24T21:58:51.602+01:00CicloAcordas, esticas um risco de auto-estima e sais de casa, imbuída de confiança, até porque ontem compraste uma camisola genial que te assenta que nem uma luva. Chega o entardecer e aquele risco matinal já se foi há tanto tempo, procuras um bar para rir e trocar promessas falsas de amor, empatia e amizade. Intercalas as mentiras com olhares vazios. Quando cambaleias para casa no teu coma induzido e olhas para o braço que se enrola à volta do teu pescoço apercebes-te que nem sabes o nome dele. Não interessa. Ele é uma pila com pernas, uma dose de conforto físico em forma de ser humano. É o que tu achas uma desculpa perfeita. "Eu preciso de calor", disseste-me tu uma vez, "Não me parece que seja isso" respondi. Viraste costas e desapareceste na sombra de um desconhecido. Enquanto eles te fodem ainda pensas em mim, contas as rachas na parede, a penetração enche-te as entranhas e as paredes estalam mais um pouco, essas linhas que as percorrem ficam ainda mais secas, mais fundas. Levas-te ao limite da consciência, estás dormente, já não há dor que te acorde. Adormeces e os sonhos passam por ti como comboios barulhentos, carregados de vidas que não são tuas. Despertas suada e atormentada, sacodes a cabeça automaticamente, ele não está lá, suspiras de alívio. O sol já se levantou, agora só faltas tu. O risco está lá para ser esticado, não pensas duas vezes, é só mais um dia.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-33337560840495404082008-03-30T16:12:00.006+01:002008-12-10T12:14:45.189+00:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTRhlyNaYltdZMYcVwVKLRYiUsiW8Wpbf-5Mf8nZaGX4Aa0MmI-2vfGwOa8Z1rkAobD24xbp4Ywd7zp8w0Yzs6ZHRskQ3Duc5_KjHrisenQAGZSDYPxmyIxtWuqoGuj2KzC1CV27GYuLk/s1600-h/Scarlet.1_by_Tagas.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTRhlyNaYltdZMYcVwVKLRYiUsiW8Wpbf-5Mf8nZaGX4Aa0MmI-2vfGwOa8Z1rkAobD24xbp4Ywd7zp8w0Yzs6ZHRskQ3Duc5_KjHrisenQAGZSDYPxmyIxtWuqoGuj2KzC1CV27GYuLk/s320/Scarlet.1_by_Tagas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5183557247907823650" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Drop dead gorgeous<br />That's how you look to me,<br />Stripping me of my dignity as I watch<br />Pervertedly defenseless<br />I put my chest out<br />To be reached<br />Nothing comes to me<br />Negative spaces<br />Dripping out,<br />Out of my barely conscious mind<br /><br />But you'll never know,<br />I don't even want you to<br />Or you'd be taking advantage<br />Not that I don't want to<br />But that's how these shiny droplets go<br />The first step is only yours<br />And the path leads to the cellar door.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-5233831148960993342008-03-18T16:11:00.008+00:002008-12-10T12:14:45.369+00:00Desconfiguração<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3gt5Bptt1-BXXpFxpRXJY0jKsfrW_bgKbsMitqAE8LIjSR790DGIv-184VqrFZN1tHEVadjziKciQz-Fns_5Efbop_hLuhZ8zjaVm6MBEke5-SRQeDDrEMVjYHwdk4o8R9rtBmRAKBA/s1600-h/Carmine2_by_Tagas.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3gt5Bptt1-BXXpFxpRXJY0jKsfrW_bgKbsMitqAE8LIjSR790DGIv-184VqrFZN1tHEVadjziKciQz-Fns_5Efbop_hLuhZ8zjaVm6MBEke5-SRQeDDrEMVjYHwdk4o8R9rtBmRAKBA/s320/Carmine2_by_Tagas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5179124614834507858" border="0" /></a><br />Cargas de monstruosas proporções<br />São o que os olhos levam no peito<br />Mas ao saltar de olho em olho<br />Levas as cordas de todos os tempos contigo,<br />Percebes ao longo de existências infinitamente pequenas<br />Que as mortes são efémeras,<br />Cada ser se sobrepõe a outros tantos<br />E por vezes até os sonhos esmagam os seres<br /><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: left;"><br />Esmagas a unha contra a lamela<br />Queres ver mais perto<br />Perceber que aspecto tens lá dentro<br />No fundo do ser<br />No lugar onde residem<br />Vinte e uma irmãs<br />Que compõem o acorde final<br /><br />Mas ao sobreexistir<br />Sentes a pele bem junto dos orgãos<br />E estes ao apodrecerem<br />Carregam as vidas de outros tantos<br />Para o seu aterro<br />O lixo do ser<br /><br />E então eu chamo-as<br />Vinte e uma vezes<br />E uma a uma<br />As irmãs aproximam-se rodeando-me,<br />Estou pronto para partir<br />Libertando-as no vento do esquecimento eterno<br />Deixando no ar a esperança vã de continuar a existir<br />Na memória do espelho.<br /></div><br /></div>Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-25349664038484524782007-11-13T12:18:00.000+00:002008-12-10T12:14:45.484+00:00Diário Gráfico01<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmKxWOZRCySxv8YiCCZ67VBEcj418H10p2mCT-Z0wiv24Yh7TgpFZEwDVloJi7I02kGfyNLdRcBow0In22Eq6QZH16PqfofO1N3TZ2234944VRk5SDyZwy0cx7edUj9CH3wGKoUSpfOrU/s1600-h/Orgasmatron3_by_Tagas.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmKxWOZRCySxv8YiCCZ67VBEcj418H10p2mCT-Z0wiv24Yh7TgpFZEwDVloJi7I02kGfyNLdRcBow0In22Eq6QZH16PqfofO1N3TZ2234944VRk5SDyZwy0cx7edUj9CH3wGKoUSpfOrU/s320/Orgasmatron3_by_Tagas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5132299278990443554" border="0" /></a>Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-61495751781968796592007-11-04T23:54:00.000+00:002008-12-10T12:14:45.709+00:00Chegam Sempre Mais<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxjGQDAUU6jnNd8wZzDYQb4-46BT5voC70RCL1RIH_BhcOurKE8KajAbnDFSnVDI-SO-AEMuy-XdmstgzMIPw9tqDdA26XVzsVPHQnxoQu1MMfKLdVzPM2ZTIz-gDULiQSPyn8Kf62GDw/s1600-h/Chegam_Sempre_Mais3_by_Tagas.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxjGQDAUU6jnNd8wZzDYQb4-46BT5voC70RCL1RIH_BhcOurKE8KajAbnDFSnVDI-SO-AEMuy-XdmstgzMIPw9tqDdA26XVzsVPHQnxoQu1MMfKLdVzPM2ZTIz-gDULiQSPyn8Kf62GDw/s320/Chegam_Sempre_Mais3_by_Tagas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5129138793117758274" border="0" /></a>Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-91521834460610081782007-10-27T14:58:00.000+01:002007-10-27T15:16:59.474+01:00Agora perdi a ligação, aquele elo inexplicável quebrou-se, passei a semana com aquele aperto no peito, aquele "bad feeling" que ninguém consegue perceber bem o que é. O mau pressentimento não foi em vão, quando pensava que me tinha recomposto da primeira decepção logo veio outra. Mas a vida é mesmo assim, é o preço que se paga por estar vivo, a balança não pende para um lado apenas. É com um peso enorme no peito que escrevo isto, o que eu perdi não vai voltar nunca mais, e era precioso. Só espero que ela saiba de alguma maneira que eu a amo e que nunca a vou esquecer.<br />Nunca me poderei esquecer da maneira como se aninhava no meu colo, do calor que me aquecia nas noites frias, a única companhia que tinha nas minhas longas noites de insónia. A maneira como me seguia pela casa e me lambia os dedos quando se estava a lavar, quando encostava o focinho frio ao meu nariz. Adorava vê-la a sonhar.<br /><br />A saudade já se apoderou de mim.<br /><br /><br />Adeus Chloe.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-34215291712285403252007-10-25T02:03:00.000+01:002007-10-25T02:13:53.632+01:00É difícil ver os olhos de quem chora,<br />Há por fora aquele brilho vidrado, uma tristeza convulsiva por dentro<br />Um mar que se quer libertar<br />Parece que não consigo conter as ondas<br />E que ele me vai estraçalhar.<br /><br />Por isso não me vejo ao espelho,<br />Não consigo ver para dentro de mim<br />A minha visão turva não me deixa<br /><br />(mas para que quero olhar para mim?!)<br /><br />Só quero estar longe de tudo<br />Não, quero estar perto dos siameses<br />Almas que se unem à minha<br />Que partilham as dores.<br /><br /> Os golpes acutilantes da vida também nos ferem a nós.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-70749101178863082852007-10-22T20:04:00.000+01:002007-10-22T21:57:13.680+01:00Cansei-me.<br /><br />Já não sei o que fazer. Tudo me parecia tão fácil ainda à pouco. As coisas fáceis não têm piada, pois não? Carreguei-me de artimanhas, ilusões e desvarios.<br /><br />Haviam de acabar um dia.<br /><br /><br />Foi hoje.<br /><br />Foi hoje que eu me apercebi que as coisas já mudaram há muito tempo.<br /><br /><br />Eu mudei, mas para quê? Para quem? A mudança parece-me irreversível, ainda não tenho noção dos danos que sofri, estou a experimentar para perceber até onde posso ir.<br /><br /><br />Desta vez a ferida foi funda, acho que o meu coração tem um rasgo.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-19647330260567658062007-10-22T01:30:00.001+01:002007-10-22T01:50:28.898+01:00Outono<div style="text-align: left;"><div style="text-align: left;"> Assim que a primeira gota me tocou estremeci, não estava preparado para aquela sensação repentina de frio localizado, e foi aí que ela escorreu, encostada ao meu corpo, agora morna. Olhei para o lado, as memórias vieram à tona. Pensei nas coisas que me disseste, no que me sussurraste ao ouvido. Quero sentir-me assim outra vez. Estremeço. Dei por mim parado na chuva, com o frio entranhado nos ossos. Aquela gota morna já caiu há tanto tempo. Pego nas minhas coisas: uma caneta e papel (agora molhado).<br /></div><div style="text-align: left;"> Sigo pela rua, sempre em frente, não há que enganar embora o meu passo não me diga o mesmo. Cambaleio. As tonturas outra vez. Não consigo estar parado, e vejo agora que também não consigo parar de andar, ainda que tonto e às cegas nesta rua escura e escorregadia. O único consolo que tenho é a presença de alguns, a serenidade tempestuosa que são os meus, os que me escolheram e que eu escolhi. Paro. A tontura ficou lá atrás. Mas vai voltar, volta sempre.<br /></div></div>Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-30729770336714430752007-10-20T04:40:00.000+01:002007-10-20T04:52:49.607+01:00Transformaste-me.Procuro um corpo quente<br />O meu já está gasto e frio,<br />Concha de pele e sangue<br />Que antigamente me albergava<br /><br />Descanso da saudade<br />Dói-me relembrar aquelas curtas-metragens<br />Que fiz sozinho<br />Tu estavas lá<br /><br />Apesar de não te ver<br />Apesar de não falares<br /><br />Parei.<br /><br /><br />Contive-me<br />É o mais acertado,<br />A implosão é mais discreta<br />Ninguém precisa de saber<br /><br />No entanto<br />Ali estás tu<br /><br />E eu olho<br />Mesmerizado com a tua presença delicada<br />Sentido que estás lá<br />Em todos os gestos e subtilezas<br /><br />Em todos os objectos que tocaste<br />Ficou uma aura<br />Um cheiro<br />Um sentimento.<br /><br />E ainda assim procuro um corpo quente<br />Que me acompanhe,<br />Que me desperte<br />Deste frio que me ocupa.Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-53336692702859489312007-10-20T04:20:00.000+01:002007-10-20T04:38:02.722+01:00A Refeição.E o rei de todos os horrores esperava por ela, faminto, sequioso, em nada mais ele pensava, contorcia as suas feições grotescas num esgar indescritível até que a viu chegar envolta nas suas mortalhas...<br />À medida que os seus sujos e tortos dedos afastavam o tecido as suas órbitas cavadas na cara pareciam brilhar de excitação por trás da sombra da sua testa. Por fim a pele lívida ficou a descoberto, a expressão vazia que ela trazia nada deixava transparecer, ele passou a sua horrível mão pelos caracóis azeviche e pelos roxos lábios...Para que ao cortar a putrefacta carne da pequena rapariga todos os presentes na mesa pudessem apreciá-la uma última vez antes do banquete começar...Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-767764355651950786.post-46052480709149079482007-10-19T01:37:00.000+01:002007-10-19T02:07:24.678+01:00Televisão<span style="font-family: lucida grande;"><span style="font-family: courier new;"><span style="font-family: arial;"></span></span>Mais um cérebro que morre nas mãos duma influência invisível...<br />Uma mente deturpada e esquecida do calor de um corpo,<br />Enlouquecida pelas imagens,<br />Capturada pela inércia de uma forma permanente,<br />Descontrolada na sua apatia,<br />Perdida num labirinto que parece nunca acabar,<br />Essa mente chora sem saber<br />O corpo sofre sem dar conta,<br />Ambos anestesiados pela mudança repentina de cores,<br />Pela voz que vem falar por dentro...<br /><br /><br /></span>Memórias d'O Espelhohttp://www.blogger.com/profile/17587507214976736249noreply@blogger.com0